segunda-feira, 7 de maio de 2012

Símbolos do Espírito 1: O Vento

O vento e o fogo

Para os povos semitas, como para todos os povos do Oriente, a linguagem simbólica é a mais apropriada para exprimirem as suas crenças.
Apesar de haver muitos símbolos para representar o Espírito Santo, concentraremos a atenção nos dois que constam do relato dos Atos dos Apóstolos 2, 1-4: O Ventro (sopro) e o Fogo. A enorme quantidade de passagens bíblicas em que estes símbolos aparecem, revela-nos a importância que o Povo de Israel lhes atribuía.


O Vento

O vento é invisível e imprevisível. Na Antiguidade, era considerado como sendo a respiração da terra, caprichosamente expressa pelo zumbido ou bramido da tormenta. Também era temido pela força destruidora que tinha.
No Antigo Testamento, para nomear o vento, utilizava-se a palavra ruah, também significava: princípio da vida, alento, respiração. O Espírito de Deus relacionado com o «vento», o que dá lugar à ideia do Espírito como «alento de Deus» ou «força de Deus».
O Sopro de Deus está presente desde o início da Criação (Gn 1,2) e comunica a vida ao homem (Gn 2,7). Este vento vem e penetra, remetendo-nos, pois, para o agir de Deus na história do seu povo (Ez 37, 9). Um texto sumamente rico em elementos simbólicos é o da revelação de Deus a Elias, na «brisa suave» (1Re 19, 11ss). Todos os profetas recebem o Espírito de Deus quando da sua vocação. Por isso, são considerados «homens do Espírito», já que receberam o «sopro», e foram fortalecidos e enviados a cumprir uma missão.
No Novo Testamento, no seu diálogo com Nicodemos, Jesus comprara o Espírito de Deus com o vento, que sopra onde quer e não se sabe para onde vai (Jo 3,7ss). Deus promete um novo sopro do Espírito: sopro de criação e de ressurreição, que vem no dia de Pentecostes (Act 2, 2-4). Como vemos, o vento pode ser sopro de vida que faz crescer ou furacão violento que destroça.



Miguel Varela, Celebremos a Páscoa e o Pentecostes. Paulus: S. Paulo, 2001

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